É inverno. A neve cai rigorosamente. O horizonte é branco e incerto. Seu corpo esta sendo velado e, eu estou aqui, de pé... ao seu lado. Lembranças vem e vão; momentos alegres... momentos tristes... normais, brigas, intrigas... Você.
Artérias entupidas, o sangue não circula, sem pulmões, sem vida. Quantas vezes te alertei ? Quantas vezes implorei ? E você, nem me deu ouvido. Em uma praça sentados estávamos. Era inverno, capotados de roupas tentávamos nos esquentar, eu com um chocolate quente e você, com essa droga entre os lábios. Tragava, bafava e ria com as caretas que eu fazia quando respirava aquela fumaça. Momentos maravilhosos tivemos, mas o que estragou tudo foi aquilo que o matou. Essa tal droga chamada cigarro. Agora já é tarde, não posso fazer mais nada. Jogo a sua flor favorita -margarida - e aguardo com as memórias a terra cobrir a ultima parte de sua nova roupa feita de madeira... "tchau meu pai, te vejo em breve". Me dirijo à praça e sento no banco de sempre, pego em minha bolsa uma faca, e ali com as lembranças de meu pai, vou para junto dele. s2